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Concentração para ir para a mata |
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Preparação para mais
uma operação no mato |
Eu era muito raro sair para o mato, mas quando era preciso,
lá ia eu, e um dia fui convocado, iam dois pelotões,incluindo o capitão
miliciano Adriano Oliveira, que veio substituir o capitão Abílio baptista ferido
numa mina antipessoal, era o segundo na nossa companhia, e a mando da companhia
de comandos, íamos fazer uma emboscada ao inimigo, durante o tempo que a
artilharia ia bombardear a região, local presumível onde estava o inimigo,
quando chegamos perto do local, a nossa missão era ficar ali um pelotão, e
outro na retaguarda, em caso de necessidade de auxilio, mas o capitão não
concordando, disse, - Nós vamos ficar aqui todos juntos, hoje vai la um pelotão
fazer o reconhecimento e amanha de manha cedo vamos para o local recomendado
pelo capitão dos comandos, e eu perguntei ao meu colega de transmissões, -
Queres ir hoje ou amanha? Ele me respondeu, eu vou hoje, eles foram e vieram e
não tiveram problemas.
Ao amanhecer do dia seguinte cerca das 4 horas da manha, la
fomos nós fazer a respectiva emboscada, e cerca das cinco da manhã a artilharia
começou a bombardear o local determinado, os estilhaços das munições zumbiam
por cima de nós, e logo comuniquei que tivessem cuidado, as munições estavam a
cair perto de nós, eles corrigiram, e verificaram que se enganaram numas décimas,
por isso estávamos a ser atingidos, mas ao mesmo tempo a artilharia até estavam
a acertar no inimigo, porque a uma determinada altura os militares da frente
dizem para o alferes,- Meu alferes que barulho e aquele? Responde o alferes, -
Isso são pacaças que vem fugidas do fogo da artilharia, não há problemas, mas o
problema existiu, é que no carreiro ou trilho que nós íamos para o local da
emboscada, o inimigo vinham fugidos do fogo da artilharia, no mesmo trilho que
nós íamos, eles viram primeiro a nós, que nós a eles, e mandaram 3 rajadas de
metralhadora, todo o mundo se atirou para o chão, menos os 3 primeiros, que nem
se deitaram e nem deram um tiro, então os que seguiam responderam e foram na direcção deles, sorte dos primeiros, uma árvore de grande porte os defendeu, as
munições do inimigo ficaram cravadas na árvore, então houve logo o passa palavra
de uns para os outros ate chegar a mim, “o transmissões venha para a frente “
mas eu deitado no chão, respondi, o capitão que venha para traz, e assim foi, o
comandante dos comandos ouviu o tiroteio e perguntou. – Apanharam alguma coisa?
Eu como não sabia o que responder, perguntei ao capitão o que havia de
responder, então o capitão me diz, - diz que estávamos emboscados e quando eles
estavam se aproximando houve um elemento nosso que tossiu, eles ouviram e
fugiram, ainda fomos atrás deles mas não apanhamos ninguém.
Conclusão: Pensávamos em fazer uma caçada, mas afinal íamos
sendo caçados.
Por outra vez, e numa operação de 3 dias no mato, um dia de
manha cedo, quando acabamos de tomar o pequeno-almoço, com as rações de combate
que nos tinham sido fornecidas , o meu colega Albino (o distraído) lhe deu vontade de fazer as
suas necessidades, e se retirou um pouco mas como na guerra, até para isso e
preciso levar a arma, ele não a levou e quando é o espanto dele e vê cerca de
meia dúzia de elementos do inimigo vir na nossa direcção, ele gritou, atenção,
vem ai os turras, só ele viu, pois o inimigo desapareceu no meio da densa
vegetação e não os vimos mais, foi a nossa sorte o Albino ter vontade de obrar,
de outra forma o inimigo nos apanhava desprevenidos, para tudo é preciso sorte.
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Uma caixa de ração de combate, para um dia |
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O conteudo de uma ração de combate |
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