Depois de uma semana em Quicua

Trajeto para chegar a Foz de Massanza
ponte improvisada e sobre control, 1969





Picada com destino a foz de massanza





                                


Aqui se vem as dificuldades
até chegar a foz de Massanza
1969

Eram estas as estradas
que tínhamos, 1969


















Passado uma semana tivemos a primeira convocação para sair do quartel e ir para o mato, fomos levar um pelotão para substituir os que la estavam, o destacamento era na Foz do rio Massanza, mesmo junto ao rio Cuango, este rio dividia Angola do Congo, hoje e a Republica do Zaire, lá deixamos os nossos colegas e viemos novamente para Quícua, mas passado uma semana verificamos que Foz de Massanza não tinha comunicações, eles ouviam Quícua, mas Quícua não ouvia a Foz de Massanza, e lá fui eu ver o que se passava com o radio, que era um ANGRC9.






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Radio ANGRC9

Rio Cuango, faz a fronteira com
a Republica do Zaire, 









                                           


 Quando la cheguei reparei que o meu colega de transmissões, o Albino, com a alcunha o distraído, tinha mexido no emissor, e nunca mais conseguiu ajustar o emissor na frequência desejada, pois quem esteve, ou teve a especialidade de transmissões, sabe que o emissor era regulado através do receptor, quando ouvíssemos um zumbido, o emissor estava sintonizado com a frequência desejada, mas por fim ate gostávamos daquilo, lá ninguém nos incomodava, as terças feiras la ia um avião DO mas nem aterrava, mandava a carne e o correio abaixo do avião.






Avião DO
 Um dia apareceu la o comandante de batalhão num avião DO, e ninguém sabia que ele ia lá, estava quase todo o mundo tomando banho no rio Massanza, no Cuango não se podia tomar banho porque tinha crocodilos, o Fradinho  da Costa (comandante de batalhão) não gostou muito da bandalheira disciplinar, passou um correctivo ao alferes, mas por fim entendeu que não se podia exigir mais, e no jornal do batalhão que tinha o nome o Cambuta, baptizou a foz de Massanza como colónia balnear e praia de nudismo, mas graças a Deus estivemos 18 meses naquele local e nunca tivemos problemas, só uma vez aconteceu, que o sentinela viu o capim a mexer, mandou fogo, nos levantamos todos e cada um ocupou o seu lugar nos abrigos  e foi uma noite de inquietação, e o mesmo local sempre mexia, e cada vez que mexia tudo mandava fogo para lá, pela manha quando fomos controlar não era mais que um porco  espinho, estava todo cravado de balas, mas de noite, como diz o ditado, todos os gatos são pardos, e o porco espinho não escapou a realidade, mas nas deslocações entre a foz de Massanza e Quícua  nunca tivemos problemas com o inimigo.



Destacamento na Foz do Massanza
eu estou aquecer uma lata de sardinha
das rações de combate, 1969
Eu junto ao arame farpado na Foz de massanza
1969











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